sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Phoenix Down!!!


Fala pessoal. Usando um PD no blog pra dessa vez upar ele de vez. Pretendo dar uma melhorada no blog e claro, postar com mais frequência sobre jogos que me cativam. E dessa vez trago não uma análise, mas DUAS e ainda comparativos entre outras séries. Isso mesmo, hoje vou trazer duas análises de dois jogos muito bem conceituados para WII e bem recentes no ocidente. Estou falando de Xenoblade e The Last Story.





















Ambos os jogos tem como desenvolvedores pessoas grandiosas na industria de jogos, começando por The Last Story que possivelmente deve chamar mais atenção por ter sido criado por Hironobu Sakaguchi e o mestre Nobuo Uematso, ambos pais da franquia Final Fantasy. Em Xenoblade temos Tetsuya Takahashi que foi o produtor do melhor RPG do mundo: Xenogears. Disso vocês tiram que isso é só a ponta do Iceberg e muito gente tão bons quanto estavam envolvidos pois Mistwalker (The Lost Odyssey, Blue Dragron) e Monolith Soft (Xenosaga, Baten Kaitos) são as produtoras de The Last Story e Xenoblade respectivamente. Você deve está se perguntando: Grande coisa, ter produtora boa não significa que teremos bons jogos. Então vamos as análises.


Os personagens de Xenoblade

Contato com os jogos:
Meu primeiro contato foi com o TLS (The Last Story), pela revelação de exclusivo da Nintendo. Na hora vibrei de emoção por ter acabado de comprar um WII e saber quem era a equipe que estava por traz do projeto. Era a chance de uma nova mega franquia de Rpgs ser criada pelas mãos do mestre Hironobu Sakaguchi. Sobre Xenoblade eu não acompanhei bem o desenvolvimento pois acreditava que o jogo seria fraco (errar é humano) e ter achado o game colorido demais (Gosto muito de tons mais sérios). Com o tempo e o lançamento japonês dos dois jogos comecei a ter um interesse maior no Xenoblade por influência do amigo João (@nostalgiaBR) e terminei comprando o jogo também. No Ocidente tivemos primeiro o Xenoblade e recentemente o The Last Story no período de greve das Universidades Federais, o que possibilitou que eu terminasse os dois jogos na integra. E o que eu achei? Vamos ver!

Os mercenários de The Last Sory



Enredo:
O casal de The Last Story

O enredo dos dois jogos de inicio soa bastante similares. Existe uma rincha entre dois povos, que estão em continentes diferentes e estão lutando a muito tempo. O protagonista recebe um dom de uma entidade até então desconhecida e começa sua jornada. Esse é o plot inicial das duas séries e soa muito clichê, mas no desenvolvimento do jogo, os jogos crescem de maneira diferente.
Em TLS somos apresentados Zael que faz parte de um grupo de mercenários que aspiram a se tornarem cavaleiros. Durante uma missão, Zael sem conseguir proteger seu grupo ouve uma voz e logo recebe um poder chamado Gathering de uma entidade ainda desconhecida e consegue salvar sua equipe. Apos isso começa a se desenrolar uma trama política e sobre princípios morais de cavaleiros e mercenários. O destaque da historia fica por trazer uma abordagem não maniqueista onde temos apenas o bom e o malvado, temos os tons cinzas, ou seja, pessoas que transitam entre os dois lados. The Last Story tem uma campanha bastante curta para um rpg (zerei em aproximadamente 22h fazendo todas as sidequests), mas que prima pelo subjetivismo na historia. Nem tudo é dito, mas você sabe que está acontecendo. Eu acho isso bastante importante por não entregar tudo de bandeja para o jogador e deixar que ele reflita sobre os temas abordados. O único porem é que por isso eles esquecem de desenvolver certas partes do jogo, fazendo com que o universo criado seja imenso, mas mal aproveitado. Para além disso é importante frisar a importância dos personagens principais que são muito carismáticos e alguns bastante engraçados, deixando aquele ar de grupo de amigos com personalidades bastante distintas fazendo com que o jogador se afeiçoe por eles. Acredito que mesmo com os erros do enredo a historia é muito bem contada e cumpre seu papel (menos o vilão final que é uma forçação de barra).
Em Xenoblade temos as criaturas orgânicas que vivem em Bionis e as mecânicas que vivem em Mechon. Bionis e Mechon são dois seres gigantes que lutaram por muito tempo e perderam suas forças e hoje servem de terra para os moradores desse mundo. Os habitantes de Bionis e Mechonis vivem em guerra há tanto tempo que já se esqueceram do porque estão lutando. O personagem principal é Shulk que se revela o portador da Monado, uma espada que pode destruir os mechonis. Shulk procura por vingança, mas isso não é nem uma gota do enredo Xenoblade que é bastante rico e abrangente. Eu precisei de 90 horas para terminar o jogo que possui uma quantidade muito grande de coisas para se fazer (como em Skyrim). São tantos plot-twists durante a trama que você as vezes fica indignado com as situações. Além de no fim do jogo mensagens subliminares sobre uma possível ligação com Xenosaga e Xenogears enriquecer ainda mais o jogo.

Comparando os dois fica claro quem é filho de quem. The Last Story preza por contar uma historia e limita o jogador com eventos do seguir do ponto X ao Y para ir avançando na historia de maneira bastante linear. Embora as sidequests sejam muito boas, diga-se de passagem, são pouquíssimas as que acrescentam historia ao jogo. Já Xenoblade consegue contar uma historia também muito boa e bem mais longa e que não cansa em momento algum e nem deixa furos. 
No fim, The Last Story erra onde quer seu foco, no enredo. Não que seja ruim, mas foi mal aproveitado deixando brechas para muitas outras historias nesse universo. Xenoblade é uma experiência mais completa e que cresce bastante durante a aventura, diferente de The Last Story que consegue manter o bom nível durante toda a jogatina.

Jogabilidade:

TLS

No mercado atual, dizem que os jogos de Jrpg estão em declínio por não inovar, mas esses dois tem inovação de sobra. Até aqui esses jogos são parecidos, pois inovam e muito na jogabilidade, entregando ao jogados uma experiência bastante agradável com bastante estratégia. Embora muito diferentes, ambos inovam bastante e de uma maneira bem agradável. 
Xenoblade
Em Last Story temos uma experiência mais linear e visitamos apenas uma cidade do jogo e entramos rapidamente no continente inimigo.
Embora temos uma diversidade de locais para visitar como cavernas, mansões mal assombradas, castelos, masmorras, tumbas e navios para visitar, é bastante pobre a experiência  pois termina que ficamos viciados a pequenos cantos tendo um mundo enorme que não podemos conhecer nem explorar. Em contra partida o sistema de combate é primoroso. Sério, para vocês terem uma ideia o sistema de combate do jogo é tão bom que tem até multiplayer online. O jogo parece um action RPG nas masmorras e você pode dar ordem para seus aliados durante os combates. Simples né? NÃO! Todos os cenários são montados para que você tire proveito dele podendo usar as paredes e objetos para se esconder e atacar de maneiras furtivas, pontes e pilastras podem ser derrubadas com magias para causar dano ou atrasar o inimigo e contamos com uma besta que serve para derrubar inimigos sem ser visto ou a longa distância. Podemos controlar até 6 personagens (mais uns convidados as vezes) o que é bastante legal. Cada personagem é bastante distinto no que diz respeito as abilidades de cada um. As estrategias são muitas e você pode derrotar vários inimigos sem ser visto ou partir pra porrada geral! Acredito que The Last Story poderia ser muito mais longo e mesmo assim o jogador não iria se saturar com a mecânica.
Em Xenoblade temos dois gigantes para visitar e os cenários são enormes, possibilitando uma grande quantia de horas para explora-los, descobrir áreas secretas, monstros desconhecidos etc. A sensação de um  mundo grandioso onde você pode explora-lo por inteiro é bastante crível deixando o universo muito mais vivo. Vamos visitar cidades e lugares bastante diferentes fazendo com que a sensação de novidade seja renovada a cada novo momento do jogo. A mudança é ainda mais gritante quando visitamos Mechonis. O jogo possui um quantidade de quests absurdamente alta (parei de contar quando ultrapassei as 200) e para pessoas sem tempo, pode ser um problema, pois o jogo é muito longo e se você não upar, pode se dar muito mal na segunda metade do jogo. O Sistema de combates é bastante diferente do convencional e lembra um pouco o de Final Fantasy 12, só que muito mais rápido e fluido e simples. O jogo embora tenha um sistema de combate simples onde você só controla o personagem principal tem uma cobrança de estratégia muito grande. Durante a jogatina eu mudei de time diversas vezes para poder ter melhores resultados nas lutas. Para vocês terem noção eu não consegia matar o ultimo mestre com 2 times que muito joguei, foi então que tive que mudar o time para só lutadores sem ninguém para curar. O resultado foi uma luta bastante rápida e com muitos combos fazendo que eu ganhasse a mesma.
No quesito jogabilidade acredito que Xenoblade tenha muitos pequenos erros técnicos como sidequests repetitivas (mesmo problema de Skyrim), espaço no inventário limitados, necessidade de upar muito grande e uma duração MUITO grande. Já The Last Story peca apenas por umas quedas de framerate quando tem muita coisa na tela e sua linerialidade.
Os gigantes Bionis e Mechonis


Arte/Gráficos:
Os gráficos de ambos os jogos são bastante pobres, por assim dizer para a geração que vivemos com Final Fantasy 13, Skyrim, Blue Dragon etc. Mas a direção de arte dos dois é muito rica fazendo com que se esqueça de jogos mais atuais prestemos mais atenção nos detalhes e na arte.
Xenoblade tem uma arte muito colorida e tecnicamente bem diversificada, com cenários lindíssimos com paisagens de cair o queixo de se olharem. Eu jogava e chegava num pico muito alto fica olhando e olhando e apreciando, coisa fina mesmo.Além disso, a diversidade de localidades no jogo é retratada de maneira muito rica com cenários congelados, florestas de luzes, cataratas, industrias, cidades colônias, cidades nas arvores etc. Todo canto que você vai é bastante diferente e além disso tem transição de dia pra noite, fazendo com que algum mudem totalmente. Acredito que Xenoblade tenha tido uma preocupação muito grande com os cenários para que não houvesse cansaço do jogador nesse sentido. Os gráficos como dito antes são bem datados, no nível PS2, mas que não deixam a desejar pela direção de arte.
Em The Last Story temos uma direção de arte muito mais comum aos primeiros Final Fantasys com temáticas de cavaleiros em mundo medieval com florestas, cavernas e navios etc. Embora não tenha uma diversidade muito grande o jogador não passa tanto tempo nas dungeos, pelo fato do jogo ser curto, fazendo com que o mesmo não enjoe. Algo que merece destaque é que no jogo existem apenas 4 ou são 5 tipos de armaduras (fora poucos Sets especiais) que mudam o aspecto visual do personagem e além disso, quando são evoluidas mudam e ficam mais complexas. O jogo tem poucos momentos realmente memoráveis que ficarão na cabeça do jogador, mas acredito que seja pela curta passagem pelos mesmos. Como dito antes o jogo sofre de queda de framerate e tem umas texturas muito simples para alguns cantos.
Enquanto Xenoblade tem infinidades de cenários que mudam do dia pra noite e tons mais coloridos, The Last Story aposta num visual mais épico e com tons pasteis para dar um tom mais sério a aventura. 
TLS


Musica / Sons:
O Deus, Nobuo Uematso

Aqui ambos os jogos brilham. Os compositores das trilhas sonoras aqui são Nobuo Uematso (FINAL FANTASY) no The Last Story e a Yoko Shimomura (Legend of Mana, Parasite Eve e Kingdom Hearts) no Xenoblade. São compositores feras que tem um currículo brilhantíssimo e que por si só conseguem salvar jogos sozinhos. 
Em The Last Story vemos um Nobuo Uematso bastante diferente de seus arranjos habituais com temas menos marcantes, mas  mais complexos e ricos em arranjos. Quando você para pra ouvir a OST desse jogo você percebe a grandeza dos detalhes e é ae onde ele consegue fisgar você. São harmonias menos massantes e intuitivas que conseguem segurar as cenas do jogo. Meus destaques são para as faixas Bond, o tema de batalha, War, Just being Near you e o tema do jogo que muito me lembra o tema de Metal Gear. Acredito que essa OST é um dos pontos altos na carreira de Uematso e merece ser ouvida na integra.
Já em Xenoblade temos uma trilha sonora bem pontuada e fica grudada na sua cabeça pelo tempo que você passa nos cantos. Abusando de tons melódicos bem agradáveis e que dar um clima bem aventureiro a jornada. Acredito que os temas dos campos (dungeons) são as mais bonitas junto com a musica de batalha que é uma paulada com uma guitarra dando uns harmônicos violentos. 
Ambos os compositores tem identidades muito fortes e em nenhum dos jogos eu tenho queixas nesse quesito. Ambos estão de parabéns e já garantem momentos super agradáveis de se ouvir com aquele fone de qualidade no conforto do lar.


Curiosidades:
Ambos os jogos, lançados no Ocidente para Wii, correram riscos de não serem lançados aqui pois segundo a Nintendo of America os jogos não valeriam a pena a localização. Depois de uma mobilização muito grande chamada Operation RainFall para trazer: The Last Story, Xenoblade e Pandoras Tower, os dois primeiros conseguiram vim pro Ocidente pelas mãos da Nintedo com Xenoblade e XSEED com The Last Story.

Análise sobre a obra e contextualizações:

No fim acredito que ambos os jogos são de bastante qualidade e apesar dos erros são bastante recomendáveis aos fãs de RPG. Embora no começo tenha me idêntificado muito mais com o The Last Story acho Xenoblade um jogo muito mais completo e que me cativou entrado no meu TOP10 de RPGs. The Last Story tem a grande vantagem de ser um RPG curto e ser mais acessível a pessoas sem tempo, além do maravilhoso sistema de combates. 
Recomendo os dois jogos e desejo que aproveitem bem essas obras.



















Até a próxima jornada!   

4 comentários:

  1. Dexa e por o primeiro comentário da bagaça antes de ir dormir ^^

    Velho, levei nada mais que 210 horas para completar todas as side quests de Xenoblade kkkk brincadeira? Deixei todas as cidades em nível máximo de afinidade, e fiz todas as quests e calabouços de lv 90+, a única coisa que não consegui foi vencer um monstro mega gigante, quase um colosso, que aparece naquele mapa de gelo, bem perto da saída lá em baixo... o bicho é lv 125!!
    Last History não joguei ainda, mas dizem que colocar o sistema de batalha em modo manual é o principal a se fazer, confere?

    Rapaz, quanto ao quesito sonoro, Xenoblade tem uma trilha sonora épica, nem preciso explicar por que né! As vezes, por horas, eu deixava na tela de abertura com a Monado enfiada no chão, e ficava ouvindo aquela musica maravilhosa... nossa cara!! deu vontade de fazer isso agora kkkk

    Quanto aos gráficos, descordo amplamente e totalmente de algumas colocações que voce fez: Xenoblade e last History possuem um patamar gráfico que não pode ser comparado aos consoles de graficos HD né, mas dizer que eles são datados do tipo PS2 é querer matar do coração os produtores e designers responsáveis!! kkk Ambos os games são lindos, com localidades que de maneira alguma um PS2 ou Cube ou Xbox poderia fazer com a mesma riqueza de detalhes, efeitos, texturas, etc.
    Xenoblade, como você mesmo ressaltou, existem locais onde paramos e vemos tudo muito longe, nitido, um mundo vasto, rico e lindo, não da pra fazer nos consoles antigos não... o melhor exemplo de vastidão é Shadow of the Colossus, que não tem nada nos cenários abertos propositalmente para evitar loading e neblina. Estão no limiar do potencial do Wii ^^ só mesmo o design de personagens que poderia ser melhor em ambos os games.

    Bom texto velho!!!

    Quanto á parceria, vou responder por e-mail ^^

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    1. Sabat,
      Que honra! =D
      É um jogão mesmo. Sobre os gráficos, acredito que em Xenosaga, Dragon Quest 8, Rougue Galaxy e FF12 tivemos um grafismo extremamente arrojado para a plataforma. Sobre isso da vastidão dos cenários de Xenoblade, você tem razão. O PS2 não poderia fazer isso nem de longe.
      O que quis dizer fio que está mais pra PS2/CUBE do que pra PS360. Mas boa colocação a sua!
      Sobre o The Last Story, esqueci de mencionar sobre botar o luta no manual. Deveria ser obrigatório isso. Da um UP tremendo na jogabilidade.

      Fico no aguardo do email! Paz

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  2. gostaria de jogar o Last Story. é de rpgs assim que estamos precisando numa geração que se perde em shooter

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    1. Pode crer, Leandro. Torço para que os RPGs voltem a ganhar força no mercado. =D
      TLS é um jogão, principalmente em suas mecânicas. Acredito que se fosse lançado para plataformas HDs e tivesse um cuidado maior com a historia seria um clássico como outros medalhões do gênero.

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