quinta-feira, 7 de junho de 2012

Chrono Trigger


Primeira análise no ar, combatentes!
Logo pra estreia pensei em trazer algo já grandioso e também clichê: Chrono Trigger!!!!!!




Peço gentilmente que para leitura e maior deleite dessa resenha, você esteja ouvindo Epilogue ~To My Dear Friend, Zeal Palace, Schala's Theme, todas fazem parte da trilha sonora do jogo e ajudarão a sentir o clima do que está por vim.
Chrono Trigger foi um jogo lançado pela antiga Squaresoft (hoje, Square-Enix) no ano de 1995. Como muitos devem saber, o jogo contava com uma equipe de desenvolvedores que ficou conhecida como DreamTeam, que eram nada mais, nada menos que: Hironobu Sakaguchi (criador da série Final Fantasy e recentemente Last History), Yuji Horii (criador da série Dragon Quest), Akira Toriyama (o cara que desenhava Dragon Quest e criou Dragon Ball), Masato Kato (trabalhou na séria Ninja Gaiden do NES e futuramente iria escrever o plot de Xenogears) e nas  batutas da composição tínhamos Yasunori Mitsuda e Nobuo Uematsu. Ou seja, era o que se tinha de melhor na produção de um RPG para a época. Seria algo como juntar naquela época os criadores de Mario e Sonic para criarem um jogo de aventura novo. Foi um projeto SUPER megalomaníaco que rendeu diversos ports para PSX, celulares, Nintendo DS e WII, sequencias oficiais e não oficiais e arrastou fãs por todo o mundo.

(Foi aqui que tudo começou)

Meu primeiro contato com o jogo:
Eu tinha por volta dos meus 12 ou 13 anos quando saia com meu pai para o centro da cidade do Recife. Aquilo para mim era um labirinto que fedia a mijo. A única salvação era quando parávamos numas barracas que vendiam vários jogos e meu pai SEMPRE me dava bronca porque eu ficava babando nos jogos e ele não conseguia pechinchar direito. Nesse dia me deparei com um jogo que me lembrava Dragon Ball e era tudo que uma criança viciada em animes da finada manchete queria ver.  Chegando em casa comecei a jogar e só parei depois de umas 4 ou 5 horas de jogatina. Viagem no tempo? Princesas rápidas? Um sapo com honra? Um vilão que MUITO me lembrava o Vegetta? Nossa... aquilo ali era um sonho. Para uma criança o jogo mostrava sua magia logo nos primeiros minutos com aquela feirinha na qual eu fazia questão de entrar na barraca dos horrores, ganhar a corrida na praça principal, dançando musicas da caverna e uma luta muito engraçada com um robô-gato-cantor. É mole?
Bem, vamos a analise dos fatos!

(Acorda dorminhoco)

Enredo:
Céus... a primeira coisa que me vem a mente quando penso na historia de CT é aquele portal que nos levava para outras épocas do mundo. Sério, genial aquilo. E é em torno disso que começa a engrenar a historia de CT. Somos Chrono, um “Sleephead” como a maioria dos protagonistas de rpgs bons da época. Temos uma melhor amiga que está sempre nos pentelhando e conhecemos uma garota misteriosa que sem querer viaja no tempo. A partir disso vamos atrás dela para ajuda-la. Chegamos numa época que se passa anos antes onde está acontecendo uma guerra entre monstros e humanos e o líder desses monstros se chama Magus. Sem querer da spoilers, a historia passa por diversos pontos da historia desse mundo como tempo das cavernas, idade média, presente, futuro apocalíptico e o fim dos tempos. Agora para pra pensar... com tantos mundos e plots num mesmo cartucho, teremos vários buracos no enredo, né? Não meu camarada. Além de vários plots que vemos as consequências no futuro temos ainda mais de 10 finais além de um final novo para a versão do DS que faz uma ponte com o controverso Chrono Cross. Em cada uma dessas épocas encontraremos os problemas de lá e personagem que terão motivações reais para nos ajudar em nossa investida contra um ser que chegou no começo dos tempos e planeja destruir tudo. Sério, ligue o videogame, emulador ou sei lá o que e tentem parar de jogar? Impossível.



Jogabilidade:
O jogo em si é um RPG e conta com elementos que aclamaram o gênero e de maneira muito coesa. Nunca cansamos das dungeons pois elas sempre se apresentam com estilos e artes diferentes. Ir na cidade conversar com NPCs e buscar sidequests é ainda melhor para desbravar um pouco desse mundo. O sistema de batalha era incrível. Víamos os inimigos na tela e lutávamos exatamente onde estávamos, sem transição para telas de batalha. Além disso, poderíamos fazer combos dependendo da afinidade dos personagens. Por exemplo, se eu usar muito Chrono, Frog e Lucca, vamos ver magias em que os 3 agem juntos para tirar um dano considerado. Se você parar pra pensar, vários desses conceitos foram utilizados, reutilizados, evoluídos e utilizados novamente nos futuros RPGs lançados.

Babem com esse quadro do julgamento de Chrono.

Arte / Gráficos:
Falando dos gráficos, temos que dizer que o jogo é um dos mais bonitos do snes, sério. Os sprites são convincentes e mostravam exatamente o que o personagem estava sentindo. Hoje com bilhões de polígonos ainda reclamamos de expressões faciais feias ou robóticas demais. Mas naquela época? Hááááááá, era tudo muito lindo. Uma coisa que ajudou muito também foi a direção de arte e criação de Akira Toriyama. O cara era mestre no que fazia e já estava fazendo um sucesso desgraçado com Dragon Ball Z. Ae pegam o traço do cara e portam pra um RPG. EPIC WIN! Todos aqueles monstros dele e dinossauros e robôs são quase a mesma coisa que vimos em Dragon Ball. Akira não era um cara muito criativo, mas seu traço em sí é um charme que levanta qualquer obra. Tem momentos no jogo que você está subindo uma montanha e tem um céu lá no fundo com uma estrela vermelha... sério.. eu parava, olhava... ficava com aquela imagem na minha cabeça e sonhava em ter um quadro daquele no meu quarto. O jogo é lindo e não podemos reclamar exatamente de nada.



Musica / Sons:
Yasunori Mitsuda e Nobuo Uematsu. Eu poderia fechar essa sessão com apenas esses dois nomes, mas não... preciso dizer também que o som daquele relógio da abertura de CT ecoará para sempre pela sua cabeça. Preciso dizer que os temas de batalha são frenéticos, preciso dizer que esses caras são OS MELHORES compositores e arranjadores do mercado desde aquela época. Não, não... sério... vão ouvir a OST de CT. Não tem o que dizer.



Analise sobre a obra e contextualizações:
CT, assim como várias outras obras do meio das artes, tem várias camadas. Cada um pode aproveitar o jogo da melhor maneira possível, por exemplo, quando eu era criança eu só conseguia vibrar com aqueles traços de Dragon Ball, aquelas viagens no tempo e tudo mais. Ver Ozzie, Slash e Flea me fez dar muitas gargalhadas pelas referências as bandas de rock que eu ouvia na época.

Ozzie, Flea e Slash. xD

Mais velho,  você percebe como a obra é gigante. Vemos no jogo, um espelho de nossa sociedade com temas como exclusão, falta de florestas, apropriação exagerada da tecnologia, decadência de civilizações como a própria semelhança do homem e suas angustias, felicidades e frustrações. Quando encontramos com Magus pela primeira vez, vemos um ditador, lider pelo poder e arrogante que pretende dominar tudo e depois destruir. Quando avançamos no tempo, conhecemos Magus quando jovem e percebemos tudo que ele sofreu e viu e depois sendo jogado no espaço/tempo o que nos leva a entendermos e acreditamos em todas as suas motivações e frustrações. Conceitos como honra, amizade, redenção e até mesmo o perdão são tratados de forma muito sublime pelo personagem Frog/Glenn, que pra mim, é o personagem mais maduro da historia. Acompanhamos sua angustia por ter se tornado um homem-sapo, a perda de seu melhor amigo, a jornada do herói e dependendo de você o perdão para com aquele que te causou toda essa dor. Exatamente, você escolhia matar ou não seu rival/vilão e isso trazia consequências pesadas para a historia e o fim do personagem. Além disso, vimos no jogo um futuro sem florestas e abatido pela falta de esperança. Quando participamos de uma quest para recuperar um artefato que seria a salvação dessa sociedade, enfrentamos maquinas ferozes e encontramos uma sementinha, sim, uma sementinha. Parando para pensar, essa semente não era apenas uma semente de uma planta e sim da esperança de todos aqueles  que estavam “mortos” num mundo frio, vazio e solitário. Nem de longe, CT pode ser considerado uma obra besta e, além disso, não educativa como muitos depõem contra os games. Essa obra ajuda a construir valores, conceitos e referências nas crianças e também adultos, além de é claro, de ensinar inglês (ahahahahah).  No fim, é só você jogar Chrono Trigger pra entender tudo isso e ainda mais.








Até a próxima jornada!

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